quinta-feira, 30 de abril de 2009

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DESCONTRAÇÃO - JOANA DARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA



Sou feliz quando passeio a beira-mar
Quando saio pra te encontrar
Se vou ao shopping mesmo sem nada comprar
Ou se ligo para um amigo só pra conversar

Sou feliz porque sei traduzir a natureza
Não vivo alimentando tristeza
Levo a vida sem amargura
E nos gestos mais simples descubro ternura

Porém fico furiosa quando você se atrasa para o jantar
Quando me deixas horas a fio a esperar
Se estas dirigindo e começas a reclamar
E quando estou brava e finges não me escutar

Enfim, não existe coisa melhor do que viver
e a cada dia que passa estou sempre a aprender
Que na vida não é permitido confundir sonho com ilusão
E nem se frustrar por conta de uma simples decepção

terça-feira, 28 de abril de 2009







DELÍRIO - JOANA DARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA


Quero aprender a língua dos loucos
Porque só louco sabe sonhar
E na vida quem não sonha
È incapaz de despertar

Ser louca é não dar ouvidos
As coisas que os outros querem
Enfim é viver a vida
E sonhar só pra viver

Só aos loucos é permitido
Amar sem regra ou limite
Transformar dor em poesia
Ou sorrir mesmo na dor

Enfim, ser louca é não importar
Com sistemas, com ditaduras
Com hora , tempo ou momento
È ser feliz simplesmente

E a felicidade com certeza
Esta ao alcance de todos
Basta um pouco de loucura
Nesta loucura que é a vida

segunda-feira, 27 de abril de 2009

QUERO SER TUA AMIGA - JOANA DARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA




Quero ser sua amiga
Mas esta difícil, podes crer
Talvez porque durante toda a sua vida
A vida te negou um grande amigo
Ou quem sabe
Negastes a ti mesma
As coisas boas que a vida tem para te oferecer

As vezes te vendo sorrir, eu fico a pensar
Será que já tivestes um amigo
Para em seu ombro chorar?
Não aquele amigo que só te faz sorrir
Mas aquele amigo
Que entende a tua tristeza
E ate chora com você

E quando a vida te prepara
Uma daquelas costumeiras ciladas
E ficas terrivelmente desiludida
Com uma vontade imensa de desaparecer
Como faz bem ter um amigo
Não aqueles “amigos” que rapidamente desaparecem
Nas horas difíceis
Mas um amigo
Para junto com você desaparecer
E calado ouvir os teus lamentos

Sabe amiga
Na vida as vezes temos vontade de ficar sozinha
Nada dizer porque o nosso momento é de silencio
E neste momento até as palavras podem nos ferir
Mas mesmo em silencio
É bom demais podermos contar com um amigo
Pois bem pior que a dor, é a solidão
E só um grande amigo
É capaz de afugentar da nossa vida a solidão

sexta-feira, 24 de abril de 2009

SELVA MODERNIZADA - JOANA D'ARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA


A cidade dorme a toque de voragem.
Nas ruas desertas, descortina-se uma paisagem selvagem.
Boêmios e travestis passam despercebidos,
Por entre jovens perdidos e desorientados.
Do asfalto jorra sangue como se fosse petróleo.
Nos botequins, mistura-se o cheiro forte de urina e óleo.
Sinto-me neofita dentro de um ritual de amargura.
Frágil , exposta como se levasse o mundo nas costas
Este lirismo mórbido deixa meu coração em pedaços,
Como os barracos que por ele passo..
Tenho vontade de parar, mais me falta espaço
Estou cansada de ver tanta mesquinhez.
Sinto tamanha angustia que me sufoca,
Qual lamina fria, me corta
Retalha-me em fatias tortas
Arruína os muros das mansões, prisões
Estou farta dos restos que vão para divisão
De uma população que em procissão
Marcha sem condição
Iludindo-se com canções caóticas
Numa nação com tão pouca direção
Governada por homens sem condição
Que não valoriza a saúde e a educação
Com falta de amor e solidariedade
Que esquece de olhar em sua volta
Passa por cima de crianças mortas
Policiais corruptos, políticos sem escrúpulo e marginais
Que não tem noção da grandeza do amor
Que ignora a falta de moradia e pão para o trabalhador
Que nega a terra para o lavrador
Que poda a liberdade do índio
Exige do professor uma postura de robô
Permite inescrupulosos fazer da religião profissão
Enfim... Sou parte desta sociedade, não posso parar.
Sou obrigada a votar e tenho que aceitar
Os discursos do prefeito, do presidente, do governador
A falta de caráter do deputado e senador
A falta de preparo do vereador
Ser obrigada a votar e sufocar meu grito de horror
E esperar paciente pelo milagre do Redentor
Num pais onde a liberdade
É desafiada pela própria morte
Mas contradizendo toda modernização
A moeda forte continua sendo a opressão

quinta-feira, 23 de abril de 2009

LOUVANDO AO CRIADOR-JOANA DARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA


Senhor,
Quero te louvar pela dança das folhas fugindo do verão.
Pelo sol agonizante, na tarde que falece
Pelo mistério da noite desafiando a escuridão
Pela luz que guia a estrada, daqueles que te amam.

Pai amado,
Quero te louvar pelo milagre da semente fecundando a terra
Pela sombra da árvore refrescando a estrada
Pela água fresca que mata a sede
E pelo pasto seco que com a chuva brota

Pai querido,
Quero te louvar pela leveza dos pássaros levitando no espaço
Pelo sofrimento que nos torna forte
Pela beleza das flores e com seu perfume
Silenciosas mostram os Teu poder.

Pai soberano,
Quero te louvar e agradecer
Pela criação da humanidade
Por ter legado ao homem, mesmo ao que não crê
Teu exemplo de amor e fraternidade

Rei dos reis,
Quero te louvar em adoração
Pela tua palavra que é a luz da vida
Pela tua bondade que é infinita
Porque deste teu filho para nos salvar.





SP 18-04-2002

terça-feira, 21 de abril de 2009

LÁGRIMA DE AMOR - JOANA DARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA


Uma lágrima rolou de um olhar apaixonado
Era sofrida, solitária, pura lágrima de amor molhado
Tão lágrima que parecia gota de orvalho ao acaso
Tão pura, como uma gota de cristal s u t i l
Tão cristal que como tal se partiu dizimado
Partiu em mil pedaços de dor o amor
Dor do amor que pariu s u b l i m e
Lágrima nascida Na esperança de recomeçar
Dor que ficou Como força de tempestade e
Na lágrima Fragmentos de saudade
Cristal Translúcido e inatingível
Amor I n d e c i f r á v e l
Partiu e partiu-se
Para inundar outras estações
Transbordar outros corações
Derramar em outros olhos
Pingos de saudade de
A m o r

quinta-feira, 16 de abril de 2009

POEMA DO AMANHECER - Joana darc Medeiros de Azevedo da Mata


Senhor, olha para mim
Quando cansada eu esquecer de chamar por ti
Quando em desespero eu não me harmonizar com a sinfonia do vento
Quando meu corpo pesado me impedir de sentir a leveza da água
E quando meus olhos se recusarem a distinguir as cores que pintastes a natureza


Senhor, tem piedade de mim
Quando esquecer que tenho pouco para pedir e tanto para agradecer.
Quando reclamar da chuva quando muitos morrem de sede
Quando reclamar do sol enquanto outros não têm teto
E quando os meus ouvidos se distanciar para não ouvir o lamento dos que sofrem.


Senhor não esqueça de mim.
Quando eu não buscar na palavra a explicação para o momento
Quando eu negar o pão para aquele que tem fome
Quando a minha pressa não me deixar parar
E quando as minhas narinas se fechar ao perfume das flores


Senhor, me faça calar
Quando com a voz alterada eu desacatar para ser respeitada.
Quando a minha intransigência se sobrepuser a compreensão
Quando eu ofender para não perdoar
E quando a minha palavra for para semear discórdia.



SP 17-04-2000

EU INVISIVEL JOANA DARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA


Sou triste, sou manhã sem sol
Sozinha, beija-flor
Escrevendo, sou uma velha arvore
Que no outono perde a própria cor

Quando sorrio,pura fantasia
Na linguagem mensagem de paz
Penso ate me opor a razão
Sem razão fujo,sou real,utopia

Grito abafado pelos oprimidos
Sou modelo de liberdade aprisionado
Índio sem terra vestido de concreto
Isotrópica sou pura ousadia

Vivo no tempo que não é meu
Busco sem paz a simetria
Traço meus conceitos de forma analógica
Nos intervalos sou simplesmente poesia

quarta-feira, 15 de abril de 2009

PERSISTÊNCIA - JOANA DARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA


Antigamente
Do alto do morro
Contemplando o mar
Que violento
Fazia os ventos uivar
A gente sonhava
Um sonho bonito
Sonho de amor
Um sonho de mar
Mas hoje
Violentamente
O homem se agride
Agride o mar
E mata no morro
Persegue o sonho
E o tempo é tão curto
Que mal sobra tempo
Pra gente sonhar
Mas o sonho é insistente
Não liga pra o tempo
Ele é que nem vento
Ta sempre passando
Sem nunca parar
E alguns ainda sonham
Não sonho de amor
mais sonho de morro
De morro partido
Morro dividido
Por homens que matam
Com gente que morre
Sem tempo de sonhar
E por muitos que sonham
Um sonho bonito
Não mais de amor
Mas de partir do morro
Com medo da morte
Sonhando com o dia
De poder sonhar

terça-feira, 14 de abril de 2009

CALMARIA-JOANA DARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA


Depois que o ciclone passa
Na praia é só calmaria
O mar esquece sua fúria
O vento parte sozinho
E as ondas mansas se curvam
Para as areias beijar.

As gaivotas famintas
Na praia voltam a voar
A manhã se prepara
Para o novo amanhecer
Com um sol bem preguiçoso
Cheio de vontade de nada fazer

E Abril fechado em nuvens
Com cara de la vem chuva
Ameaça o dia escurecer
Mais o sol que é persistente
Não deixa isto acontecer

E no calendário do tempo
Mãe natureza lembra com precisão
Que já é tempo das rosas de maio
Preparar os seus botões

Aos poucos a paisagem se organiza
E Maio que tem a incumbência
Das noivas enfeitar
Mesmo com a primavera distante
Inebriada dos mais raros perfumes
Espalha pelos jardins
Flores de todas as cores
E das mais diversas formas

E por todo o outono
O sol em dias alternados
Empurra o frio que insiste
Cada vez mais se achegar

E a exemplo do sol
Que esta sempre a brilhar
A gente quer ser feliz
Seguir na busca incessante
De uma vida feliz
Mas aquela felicidade
Cheia de simplicidade
Com jeito de fazer nada

Mas como podemos ser felizes?
Será que é amanhecer o dia
Sem nada para fazer
Porque tudo já foi feito?

Bom...
Será que isto é ser feliz?
Mas se a duvida persiste
E achamos que algo ainda pode ser feito
Para que na vida da gente
Possamos ser mais feliz
Com certeza a felicidade
Ainda esta para vir

Porque só se pode ser feliz
Quando em nossa vida
Nada mais se quer querer
E quando isto acontece
Aquele que na vida teve
Tudo aquilo que quis
Com certeza a felicidade se foi
E a vida passa a ser uma lembrança
Dos tempos que foi feliz

segunda-feira, 13 de abril de 2009

MEMORIAS- JOANA DARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA



As vezes me pego
Pensando e sinto
Saudade do tempo
Que era criança
Do colégio das freiras
Cheias de recato
Do latim e dos livros
Que tinha que ler
Dos terços
Tão longos
Que nas noites de maio
Pagando promessa
Me punha a rezar

Ai que saudade
Do circo que vinha
Anunciando
Sua estreia
Em clima de festa
Com danças e feras
Palhaços e doces
Equilibristas
Teatro do bom
E as trapezistas
Como eram lindas
Que nem borboletas
Bailavam no ar
.
Lembro também
Das ruas tranquilas
Onde eu brincava
De roda e pião
Dos meus amigos
Quando brincava
De pega-pega
Das minhas bonecas
De porcelana
E das pedrinhas
Tão claras e limpas
Que nas noites de lua
Gostava de jogar

Das rosas viçosas
Com agradável frescor
nos lindos jardins
Do perfume inconfundível
nos pés de jasmim
do caramanchão
Do céu estrelado
Da brisa agradável
nas noites de lua
Onde as meninas matreiras
Corriam pra igreja
Fingindo ir rezar
Só pra namorar

Do radio ligado
Ao entardecer
Pra ouvir com fervor
A ave Maria
E do sino da igreja
anunciando
A missa aos domingos
das festas de junho
da fogueira acesa
o milho verdinho
pra gente comer
e das bandeirinhas
que alegres fazíamos
pra rua enfeitar


E quando lembro
Das noites de outono
Da lua acuada
Com medo do frio
num canto do céu
e eu bem marota
olhava pro alto
e esperava ansiosa
a estrela descuidada
que escorregasse
e caísse do céu
pra ouvir um pedido
que eu tinha a fazer



mas o tempo é cruel
e passa depressa
levando consigo
momentos felizes
deixando apenas
um grande vazio
de tudo que perdemos
daqueles que amamos
e das horas bonitas
dos momentos felizes
e dos sonhos que o tempo
cruel e infalível
se pôs a apagar.

sábado, 11 de abril de 2009

MELODIA DA VIDA - JOANA DARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA


Vida tocata finita, mortal,
Comunhão de melodias, fatos e retratos.
Paixão, amor, despedida ato final...
Decepção no caminhar a um passo.


A canção começa com uma nota
Vibrante, ardente que fala ao coração.
A inspiração leva a uma sucessão de notas
E termina em melodia falando aos corações.



Vida sucessão de grandes emoções
Viver um amor, chorar um amor que findou
Melodia é resto de amor que ficou
Solidão é sobreviver do pouco que restou.

DESARRANJO LÍRICO- JOANA D'ARC M.A. DA MATA



Gosto de descrever o ritual urbano
Exaltar a beleza da natureza que jaz
Criar versos leves em linhas tortas
Desprezar a tradição poética
Copiar o inimitável
Antropocêntrica
Sou criativa
Atípica
Ativa
Diva Ambigua
De uma época Inacabada
Onde o espiritual Fantasma amoroso
Satírico Do lirismo maquiado
ridícula Linguagem erótica
Sociedade Caótica
Total Caos
Na caminhada final
Soma da razão sem levar em conta
No acerto cruel a subtração do bem

AMARGURA - JOANA DARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA

O sol esta partindo para o fim do mar
A lua vaidosa não para de brilhar
As ondas com ressaca na areia à cochichar
E as jangadas preguiçosas no mar começam a deslizar

O pescador ansioso segue para pescar
A companheira saudosa fica a pensar
A lua curiosa se arrisca a espiar
E a chuva teimosa começa a pingar

Na quase madrugada os peixes insistem em se esconder
Na cama fria a mulher angustiada não para de sofrer
A lua molhada e assustada se pôs a correr
E a chuva violenta a calmaria se pôs a varrer

Na tempestade o pescador se perde no mar
A mulher angustiada não para de chorar
A embarcação, o vento se propõe a empurrar
E a chuva arrependida resolve se retirar

Na manhã seguinte a praia é só tristeza
O sol está se pondo em clima de incerteza
A mulher do pescador esperançosa contempla a natureza
E numa praia distante, nas pedras a jangada,complementa a beleza.


SP 14-06-2002

FALANDO DE AMOR - JOANA DARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA

Na incoerência dos meus anseios
Sonho com o grande amor que não pude ter
Com os amores que perdi
E com o amor que não soube dar

Lembro do amor que eu sonhei viver
Do amor que nem cheguei a perder
Dos amores que esqueci
Talvez por isto, de amor só sei falar

E por décadas seguidas perseguindo o amor
Desiludida tento me livrar das sobras e sombras
De fantasias e fantasmas

E no desespero cruel que só aos amantes se permite
Choro as noites de amor que não vivi
E a vida de amor que eu quis viver

segunda-feira, 6 de abril de 2009

LADO OCULTO-JOANA D'ARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA

Sou operária das ilusões
Estou sempre a fazer experimentos
Burlando as mais fortes emoções
Transformando dor em sorriso, abafando o tormento.

Gosto de aproveitar todo tempo que me foi doado
São alternativas limitadas de um futuro incerto
O meu estar aqui é vida num prazo limitado
O limite do meu fazer é o meu final concreto.

Não sou responsável pela minha existência
Se gerada do amor ou do descuido está além da minha imaginação
Só tenho certo que não sou consagração do avanço da ciência
Portanto me resta ser fruto de um grande amor ou pura acomodação

Sou um ser de energia numa unidade divisível
Personalidade, pois tenho o domínio da transcendência
Quando estou ao lado do amor, sem tormentos, sou pura emoção
A sós comigo, sou amargura, dor, franqueza e impotência

Vivo a natureza capto sua luz , sou energia
Gosto de caminhar com o vento, sou liberdade
De viajar no tempo levada pela simetria
Insatisfeita, incoerente, persigo insidiosa a felicidade

SINFONIA-JOANA D'ARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA

Estava absorta na praia a caminhar
Lúrida, solitária sem saber aonde chegar
Pensava; como seria oportuno um amigo encontrar
Quando percebi um pequeno pássaro a voar

Rasgando a distância do espaço por mim ele passou
Mais adiante o néctar de uma flor ele sugou
Que por sua vez dividiu-se em cores e despetalou
E com o vento solto se harmonizou

Como é outono o tempo sempre muda de humor
E o vento inconsequente fica sem controle
Rodopiando arranca do fundo do oceano
Conchas e estrelas para a praia enfeitar

E adejando o vento continua
No mar encrespa as ondas e entorta suas pontas
Que de plúmbeas lívidas se tornam
E em lágrimas de espuma espalham-se na areia

No horizonte, um resto que sobrou de sol quase verão
Empresta suas cores tingindo o oceano
Em busca de paz contemplo o entardecer
E curvo-me em prece ao Rei da Criação

E o pequeno pássaro segue seu trajeto
Indiferente a tudo cumpre o seu papel
Sem se dar conta que o bater de suas asas
Esta intrínseca ao murmúrio do mar

E o vento já mais calmo segue pela noite
E vai cantarolar junto aos coqueirais
Que dançam irreverentes para graça e glória
Daquele que é a razão do nosso existir

Deus pai soberano mostra sua grandeza
Com asa, o vento as flores a folha e o mar
Tornando-as integrantes da grande sinfonia
Regida com harmonia pelo criador

sábado, 4 de abril de 2009

RECOMEÇANDO - JOANA D'ARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA

O frio chega abafando o calor sufocante
O vento inquieto murmura de canto a canto
No céu que se veste de um cinza cintilante
Que abril chegou empalhando seu encanto

A tarde melancólica se deita sonolenta
No horizonte de rubro entardecer
noite não tarda, misteriosa e lenta
E a solidão me faz adormecer

Na suavidade de um sonho, sou pássaro sem asas
E a um mundo novo começo a transcender
Livre da dor cruel que insiste em me abater

Mas ao amanhecer esqueço a solidão e passo a entender
Que em cada abril que chega nos é dado à oportunidade
De recomeçar a vida num eterno aprender



São Paulo, 03-04-2009

AÇÃO DO TEMPO - JOANA D'ARC MEDEIROS AZEVEDO DA MATA

Agora, é tudo que me resta...
E é também, tudo que tenho para conquistar no amanhã.
Pois quando ontem partiu, levou consigo minhas ilusões.
Levou também juventude, ingenuidade e fragmentou a felicidade.

Se perguntares quantos anos tenho,com certeza te direi que não mais os tenho,
Pois com o passar do tempo eles também se foram.
Como se foi um pouco daquilo em você, que eu queria que tivesse,
Para que eu pudesse me dizer que te amava ainda tanto

Mas tempo não é um anel que novamente virá
E não se permite, aliança.
Ele tem seu tempo
E nada o deterá.

Dos meus cabelos, a cor ele emprestou para pintar saudade.
De um turbilhão de sentimentos, a metamorfose.
Dos conflitos e incertezas, a transparência.
E das ilusões e sonhos, agora saudade.

Dos amores, no hoje este é o ideal
Dos choros e temores, a certeza.
E da juventude e ingenuidade a maturidade
Para conquistar novos amanhãs.


O ontem tem a magia da cristalização,
O poder da sabedoria e a beleza do antigamente,
A crueldade da constatação,
E a força bruta do recomeçar.


48- JDSP 01-06-2002
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