segunda-feira, 6 de abril de 2009

SINFONIA-JOANA D'ARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA

Estava absorta na praia a caminhar
Lúrida, solitária sem saber aonde chegar
Pensava; como seria oportuno um amigo encontrar
Quando percebi um pequeno pássaro a voar

Rasgando a distância do espaço por mim ele passou
Mais adiante o néctar de uma flor ele sugou
Que por sua vez dividiu-se em cores e despetalou
E com o vento solto se harmonizou

Como é outono o tempo sempre muda de humor
E o vento inconsequente fica sem controle
Rodopiando arranca do fundo do oceano
Conchas e estrelas para a praia enfeitar

E adejando o vento continua
No mar encrespa as ondas e entorta suas pontas
Que de plúmbeas lívidas se tornam
E em lágrimas de espuma espalham-se na areia

No horizonte, um resto que sobrou de sol quase verão
Empresta suas cores tingindo o oceano
Em busca de paz contemplo o entardecer
E curvo-me em prece ao Rei da Criação

E o pequeno pássaro segue seu trajeto
Indiferente a tudo cumpre o seu papel
Sem se dar conta que o bater de suas asas
Esta intrínseca ao murmúrio do mar

E o vento já mais calmo segue pela noite
E vai cantarolar junto aos coqueirais
Que dançam irreverentes para graça e glória
Daquele que é a razão do nosso existir

Deus pai soberano mostra sua grandeza
Com asa, o vento as flores a folha e o mar
Tornando-as integrantes da grande sinfonia
Regida com harmonia pelo criador

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