segunda-feira, 13 de abril de 2009

MEMORIAS- JOANA DARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA



As vezes me pego
Pensando e sinto
Saudade do tempo
Que era criança
Do colégio das freiras
Cheias de recato
Do latim e dos livros
Que tinha que ler
Dos terços
Tão longos
Que nas noites de maio
Pagando promessa
Me punha a rezar

Ai que saudade
Do circo que vinha
Anunciando
Sua estreia
Em clima de festa
Com danças e feras
Palhaços e doces
Equilibristas
Teatro do bom
E as trapezistas
Como eram lindas
Que nem borboletas
Bailavam no ar
.
Lembro também
Das ruas tranquilas
Onde eu brincava
De roda e pião
Dos meus amigos
Quando brincava
De pega-pega
Das minhas bonecas
De porcelana
E das pedrinhas
Tão claras e limpas
Que nas noites de lua
Gostava de jogar

Das rosas viçosas
Com agradável frescor
nos lindos jardins
Do perfume inconfundível
nos pés de jasmim
do caramanchão
Do céu estrelado
Da brisa agradável
nas noites de lua
Onde as meninas matreiras
Corriam pra igreja
Fingindo ir rezar
Só pra namorar

Do radio ligado
Ao entardecer
Pra ouvir com fervor
A ave Maria
E do sino da igreja
anunciando
A missa aos domingos
das festas de junho
da fogueira acesa
o milho verdinho
pra gente comer
e das bandeirinhas
que alegres fazíamos
pra rua enfeitar


E quando lembro
Das noites de outono
Da lua acuada
Com medo do frio
num canto do céu
e eu bem marota
olhava pro alto
e esperava ansiosa
a estrela descuidada
que escorregasse
e caísse do céu
pra ouvir um pedido
que eu tinha a fazer



mas o tempo é cruel
e passa depressa
levando consigo
momentos felizes
deixando apenas
um grande vazio
de tudo que perdemos
daqueles que amamos
e das horas bonitas
dos momentos felizes
e dos sonhos que o tempo
cruel e infalível
se pôs a apagar.

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