sexta-feira, 27 de março de 2009

DESABAFO - JOANA D'ARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA

Hoje decidi correr atrás da felicidade
Arrumar a gaveta das minhas recordações
Ficar de bem com a vida, procurar uma nova amizade,
Amar, me permitir ser amada,viver novas emoções.

Lembrei do passado e de quanto eu te pedia
Um pouco de atenção, para você me ouvir
Hoje sei que meu amor nada valia
Meus lamentos só serviam pra te fazer sorrir.

Nosso tempo foi curto e da nossa convivência
Ficou uma triste recordação e grande experiência
Éramos um casal feliz só na aparência

Tudo passou, mas você sem querer me ensinou:
A sorrir mesmo se de um grande amor nada restar
Sorrir, sorrir,sorrir sempre até a dor sufocar

SP 27 -03-09

JOANA D'ARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA

quinta-feira, 26 de março de 2009

VIOLÊNCIA URBANA - JOANA D'ARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA

O sol cheio de preguiça mergulha no oceano
O mar vê suas cores aos poucos desfalecer
A moça cheia de ilusão chega ao seu encontro
E a tarde apaixonada prepara-se para o anoitecer.

As ondas sonolentas deitam a beira mar
Uma a uma as estrelas começam a aparecer
A moça ansiosa contempla a imensidão
E a lua deslumbrante começa a caminhar.

O vento corta as ondas e sai a assobiar
As horas vão passando, nas mãos o celular
Da moça que ansiosa não para de ligar
E a noite displicente caminha sem parar

Com passos apressados um vulto se aproxima
Nas mãos algo que brilha, grotesco horripilante...
No ar o cheiro da morte começa a se espalhar
Na areia as cores vivas, da vida que se foi.

São Paulo,26-03-2009
JOANA D'ARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA

BOCA DA NOITE - JOANA D'ARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA

O sol de partida mistura-se ao cinza da cidade
Tenta colorir de paz a multidão apressada
Em cada rosto cansaço a ansiedade
Falta de um sorriso, na fisionomia estressada.

O barulho dos carros é ensurdecedor
No ponto, o ônibus que passa sem parar
Falta dinheiro, amor...
Falta bondade para quem só sabe governar

Um jovem que se droga a cada esquina
Na esquina a criança pede antes do farol fechar
Fecha-se a porta para os que pedem para trabalhar

A esperança se esconde ao entardecer
Na grande cidade, falta comida ao anoitecer
E falta conhecimento dos que estão no poder...

SP 24-03-09
JOANA D'ARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA

segunda-feira, 23 de março de 2009

CANTO DE PAZ - Joana d'Arc Medeiros de Azevedo da Mata

Sempre que a chuva cai
Eu me sinto em paz
É o milagre da vida que se refaz
È Deus nos lembrando o quanto somos capaz

Capazes de combinar o cotidiano com o espiritual
De louvar a Deus mesmo no baile de Carnaval
De agradecer pela chuva que cai
De lembrar com ternura aqueles que da nossa vida sai

Quando no silencio da noite ouço o murmúrio da chuva
Tenho a certeza que até a lua parou de caminhar
E o sol espera tranquilo para poder brilhar

E como Lutero repito "-Faz escuro, mas eu canto"
Canto sereno, calada na calada da noite
Canto louvor e rogo a Deus acalmar o vento de açoite


Joana D'arc - 12-02-2009
Joana d'Arc Medeiros de Azevedo da Mata

RENOVAÇÃO - Joana d'Arc Medeiros de Azevedo da Mata

Gosto de fotografar a natureza
Com os olhos do coração
A cada dia com indiscutível beleza
O Criador nos ensina uma nova oração

Ontem o cenário era diferente
O frio cortava a imensidão
Um pássaro frágil fugia nada contente
Do vento forte com cheiro de desolação

Hoje a terra esbanjando beleza
E o sol em todo sua realeza
Veste as flores nas cores da natureza

E numa festa de luz, em procissão
O Criador mexe no cenário celestial com precisão
E renova a esperança em nosso coração.

Joana d'Arc SP 20/03/2009.

Joana d'Arc Medeiros de Azevedo da Mata

CONVITE - Joana d'Arc Medeiros de Azevedo da Mata

Vou apresentar minha casa, aos meus novos amigos.
Moro num lugar aconchegante.
Tem um pequeno quintal, uma palmeira
E é frequentada até por um sabiá

O mais importante, posso garantir:
É que ele fez o seu ninho, em cima do meu quarto
Assiduamente vem a me visitar
De preferência na sacada onde gosto de plantar

Folhagens e roseiras de todas as cores
E elas estão sempre prontas a nos oferecer
Os mais finos perfumes, a escolher...
E possuem cores raras que mudam ao entardecer

O perfume suave atrai as borboletas
E o néctar, um solitário beija flor
E ate os pernilongos que só servem para incomodar
Confunde-se com as abelhas num eterno murmurar

Pra enfeitar meu quarto,caprichei na decoração
Cobri de verde as paredes,ficou uma beleza!
Comprei uma cortina com flores de uma só cor,
E um quadro com uma paisagem, da mais pura natureza

Quando abro a janela o vento começa a circular
Às vezes meio rebeldes outras a ninar;
Seu canto é suave quase imperceptível
Privilegio que só aos poetas é dado a escutar

E ao contemplar meu quadro, passo a viajar.
Volto ao passado e lembro com ternura
Da minha infância, da minha mãe, das minhas travessuras.
Dos versos que li, e dos sonhos que não consegui alcançar.

Um deles era conhecer o Manuel, para com ele viajar
Andar de bicicleta e tomar banho de mar
Fazer ginástica, até emagrecer...
E quando estivesse cansada, esperar o anoitecer.


Joana D'arc - 23-03-09

Joana d'Arc Medeiros de Azevedo da Mata

domingo, 22 de março de 2009

Joana d'Arc Medeiros de Azevedo da Mata - Magia do outono

A cada março que chega
Troco as folhas do meu coração
Lembro de tantos outonos que vivi
E de muitos amores que perdi...

A cada outono que chega
Sinto a brevidade dos meus dias
Renovo-me a cada folha que cai
E absolvo as cores que se desfaz


E a exemplo do mar, luto para alcançar...
Novos outonos que vem e que decerto vão passar
Com seus ventos revoltos a rodopiar

E assim como o mar
Torno-me transparência e calmaria
Reflito as estrelas e queimo ao amanhecer.

Joana d'Arc Medeiros de Azevedo da Mata
02-03-09

RECUSA A SOLIDÃO -Joana d'Arc Medeiros de Azevedo da Mata -

O tempo passou.
Lento, suave imperceptível..
Você também passou
Deixando-me só por esta travessia sem fronteiras
Sem o apoio dos teus braços
Sem o calor dos teus beijos
Negando para o meu caminhar
A imprescindível luz do teu olhar

O que restou de mim?
Uma metade buscando encontrar
Em cada canto que passa um pouco de você

O que fazer de tudo isto?
Com hábitos cristalizados, pensamentos incontidos...
Alem do ato final, do funeral...
Carregar uma solidão desmedida?
Sofrer pelo tempo que passou...
.
Ora, pouco me resta fazer do tempo que me resta
A não ser buscar em cada sorriso um amor
No horizonte o ponto libertador
Navegar pela vida, sem lágrimas doloridas,
Desenhando a esperança a cada anoitecer
E sem medo de amar a cada despertar.

Joana d'Arc Medeiros de Azevedo da Mata

26-02-09

Joana d'Arc Medeiros de Azevedo da Mata - MARCAS DO TEMPO


Para Tempo, te suplico...
Porque não para de correr?
Estas sempre à frente, com sonsice?
Se alguém cai, nem paras para socorrer.

Decerto que não, pois és ingrato.
Com garras afiadas, vais riscando nosso rosto.
És um grande artista, artinhoso...
Vais pintando cabelos a bel prazer

Quando estamos tristes como demoras...
Mas quando felizes corres como fera.
Não discuto contigo sei que és verdadeiro
Nunca te entendo, mas nada a fazer.

Tua linguagem é muda ages com destreza
atropelas com voracidade a todos os que sonham
És revoltado, amargo, não gosta do que é belo
A cada dia que passa, deixas tua marca

Lutar contra ti e ato desumano
Teu discurso é mudo, mas lancinante.
Tens o poder de transformar liberdade em sonhos
E eternizar em lenda os mais belos feitos.


Joana d'Arc Medeiros de Azevedo da Mata.

SP 19- 03- 2009.
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