sábado, 19 de setembro de 2009

CONFUSÃO NA FLORESTA - JOANA D'ARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA



A tristeza havia se mudado para a floresta
Os rios aos poucos morriam
A coruja vivia sonolenta
E até os pássaros dos ninhos não mais saiam

Os leões estavam, cada vez mais sisudos
As folhas negavam-se a  banhar-se no orvalho da manhã
Os macacos passaram a andar carrancudos
Tudo tão mudado que até lagarta fugia de maçã

Inédito, o bicho preguiça ficou acordado
E a bicharada corre pra todo lado agitada
Muita bagunça e todos alvoroçados
Comentando que a festa vai ser animada

A coruja que tem fama de ser sabichona
E está sempre de plantão
Resolveu acabar com esta sina
E tomou a grande decisão

Com dança, muita comida e cantoria
Idealizou uma estrondosa festa
A felicidade na certa retornaria
E todos se livrariam da tormenta

Os coelhos como sempre apressados
Ofereceram-se para organizar a festa
E indicaram os pombos para levar os recados
Aos animais que haviam partido da floresta

Primeiro passo:escolher onde o evento aconteceria
Tinha que ser um lugar confortável e aconchegante
Mas de repente a araponga ficou na maior gritaria
Quando avistou entre os presentes um elefante

A coruja calmamente a crocitar
Sem ligar para o elefante que passou a bramir
falou que todos iriam participar
tanto fazia ser girafa, cascavel ou jabuti

e num clima de euforia e confusão
o lugar finalmente foi escolhido
seria a margem do ribeirão
onde o bosque era sempre florido

os macacos logo foram escolhidos
para o banquete fazer
pois eram muito prendados
e trabalhavam com prazer

Na abertura os canários
Pois cantavam com alegria
pererecas e cabritos
fazendo á acrobacia

bailando por sobre as flores
beija flores e andorinhas
borboletas de todas as cores
bem-te-vis e cotovias

as abelhas ficaram irritadas
e começaram a zoar
porque não foram escaladas
para a festa começar

a raposa matreira
muito solicita passou a imaginar
uma forma ligeira
da tartaruga na festa chegar

a cachoeira ficou encarregada da iluminação
passou a fazer tudo muito planejado
Serpenteando nas pedras com obstinação
Refletiria a luz do céu todo estrelado

Enfim chegou a primavera
A bicharada era só animação
Sem demora nem espera
Deu inicio a comemoração

Até as formigas cautelosas
Marchando sempre enfileiradas
Alegres e vaidosas
Chegaram na hora marcada

De repente o pânico se espalhou
No clima de harmonia
Foi a gralha que gritou
Com desespero e agonia

-humanos acabam de chegar
fujam todos por favor
eles vieram nos aprisionar
nos machucar e espalhar terror

aos poucos os pássaros se calaram
os animais se dispersaram
as flores empalideceram
e as estrelas se apagaram

a mãe natureza em pranto
revoltada com tanta devastação
deixou a brisa da noite
se transformar em furacão

mas mesmo com este aviso
o homem não entendeu
e continuou destruindo
o maior bem que Deus lhe deu

não é mais possível esperar
a cada dia aumenta enchentes, furacões
o homem tem que se conscientizar
e por fim a tantas destruições

pois é impossível sobreviver
num planeta frio e escuro
vendo a fauna e a flora morrer
e não respirar o ar puro.

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