Era
um urubu atrapalhado
Ligeiro
que nem bala de canhão
No
ar todo desorganizado
Trombava
até em avião.
Por
ter os pés chatos o coitado
Vez
por outra tinha um animal que dele caçoava
Na
verdade ele era todo desengonçado
E
não acertava o passo quando caminhava.
Mas
era boa praça e a todos cativava
Adorava
comer carcaça
Quando
brincavam com ele, não se melindrava
e não gostava
de arruaça.
Todo
urubu normal não possui olfato
E
localiza os alimentos pela visão
Mas
este era de dar espanto
Não
enxergava nem um gavião.
Era
deferente dos outros. Se sentisse fome
E
não tivesse carniça para se alimentar,
Nem
mesmo por necessidade
Era
capaz de um inseto ou sapo devorar.
Era
também divertido e camarada
Tocava
fagote com perfeição
E
animava toda bicharada
Quer
fosse inverno ou verão
Certo
dia o pardal
Cansado
de só chilrear
Teve
uma ideia genial
E
uma orquestra resolveu organizar
A galinha cheia de iniciativa
Logo
deu a opinião
De
convidar a patativa
Para
tocar rabecão
A tocar seu aboé
Mas estava todo matreiro
com medo do jacaré
O coelho chegou apressado
E pós as patas na cartola
E com ar de amedrontado
Dedilhou sua viola
E assim a bicharada unida
Tocava com animação
Quando um dragão soltando labareda
Começou a confusão
É que o malandro do chacal
Chegou todo matreiro
E numa brincadeira bestial
Escondeu o seu pandeiro
Mas a coruja que esta sempre alerta
Logo resolveu a confusão
E dando uma de esperta
Pegou o pandeiro do chacal e ainda lhe deu uma lição.
Mas o importante é que apesar de tudo
Os amigos continuaram a ensaiar
E quando chegou o mês de junho
Estava tudo pronto para o forro começar
Uma fogueira foi acesa
No céu fogos a brilhar
A festa foi uma beleza
Quem não tocava ficava a dançar
Os rouxinóis não paravam de cantar
Os macaco escorregavam no pau de sebo
Antas e saguins à assobiar
E a festa foi aquele arrombo
Mas no final a festa ficou ainda melhor
Não poderia faltar uma historia de amor
O carcará apaixonado resolveu se casar
Com a patativa que de surpresa não parou de soluçar
e o casamento se realizou em grande estilo
Quem celebrou foi o esquilo
E os dois voaram em lua de mel
Num cantinho azul do céu.
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