domingo, 17 de junho de 2012

FORRO NA FLORESTA - JOANA D'ARC M. A. MATA



Era um urubu atrapalhado
Ligeiro que nem bala de canhão
No ar todo desorganizado
Trombava até em avião.


Por ter os pés chatos o coitado
Vez por outra tinha um animal que dele caçoava
Na verdade ele era todo desengonçado
E não acertava o passo quando caminhava.

Mas era boa praça e a todos cativava
Adorava comer carcaça
Quando brincavam com ele, não se melindrava
e  não gostava  de arruaça.

Todo urubu normal não possui olfato
E localiza os alimentos pela visão
Mas este era de dar espanto
Não enxergava nem um gavião.

Era deferente dos outros. Se sentisse fome
E não tivesse  carniça para se alimentar,
Nem mesmo por necessidade
Era capaz de um inseto ou sapo devorar.

Era também divertido e  camarada
Tocava fagote com perfeição
E animava toda bicharada
Quer fosse inverno ou verão

Certo dia o pardal
Cansado de só chilrear
Teve uma ideia genial
E uma orquestra resolveu organizar


A  galinha cheia de iniciativa
Logo deu a opinião
De convidar a patativa
Para tocar rabecão

O gambá foi o primeiro
A tocar seu aboé
Mas estava todo matreiro
com medo do jacaré

O coelho chegou apressado
E pós as patas na cartola
E com ar de amedrontado
Dedilhou sua viola

E assim a bicharada unida
Tocava com animação
Quando um dragão soltando labareda
Começou a confusão

É que o malandro do chacal
Chegou todo matreiro
E numa brincadeira bestial
Escondeu o seu pandeiro

Mas a coruja que esta sempre alerta
Logo resolveu a confusão
E dando uma de esperta
Pegou o pandeiro do chacal e ainda lhe deu uma lição.

Mas o importante é que apesar de tudo
Os amigos continuaram a ensaiar
E quando chegou o mês de junho
Estava tudo pronto para o forro começar

Uma fogueira foi acesa
No céu fogos a brilhar
A festa foi uma beleza
Quem não tocava ficava a dançar

Os rouxinóis não paravam de cantar
Os macaco escorregavam no pau de sebo
Antas e saguins à assobiar
E a festa foi aquele arrombo

Mas no final a festa ficou ainda melhor
Não poderia faltar uma historia de amor
O carcará apaixonado resolveu se casar
Com a patativa que de surpresa não parou de soluçar

e o casamento se realizou em grande estilo
Quem celebrou foi o esquilo
E os dois voaram em lua de mel
Num cantinho azul do céu.

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