
Quando criança morava
No sitio Pedacinho de cristal
Brincava de correr na relva
E de me esconder no milharal
No terraço o papagaio velho
Ficava sempre a esperar
Que chegássemos junto à gaiola
Para com ele conversar
Rodeando o pomar
Como se fosse despencar
Uma cerca coberta com brinco de princesa
Olhando pra terra parecendo chorar
O pomar era bem barulhento
Freqüentado por rouxinol
Maritaca e periquito
Pintassilgo e curió
Mesmo se o dia era de chuva
Quando o céu de cinza se vestia
Bastava olhar pela janela
Pra encontrar a alegria
Quando a noite chegava
Ficávamos a espiar
As mariposas voando
Em plena luz do luar
Flores de todas as cores
Borboletas a voar
Misturando suas cores as flores
E a lua a iluminar
No meio da noite
Se a lua fugia
Bruxas malvadas
Ficavam a voar
O medo era tanto
Que ate as corujas
Piavam bem alto
Nos fazendo gelar
Os cachorros assustados
Ficavam a ladrar
Enquanto os gatos
Soltavam-se no ar
Os sapos com frio
Coaxavam sem parar
Pulando pra todo lado
Sem medo de escorregar
Era só romper a manhã
Que o velho cavalo Amigão
Corria em disparada
Na grama fresca do chão
Esfregando-se na terra ainda adormedecida
E relinchava sem parar
Parecia dizer que a tristeza ali era desconhecida
porque a felicidade no a muito ali tinha ido morar
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