
Para te fazer ler esta inconcludente declaração
Deliberadamente pretendo nestes versos tocar um coração
Sem me prender na rima seguindo apenas a intuição
Vou liberar minha sensibilidade estética
Fundamentar a paixão sem razão nem ética
Explorar meu espírito dionisíaco e me perder
Buscando no amor viver e a dor esquecer
Recuso-me ouvir as confidências de um anjo patético
Que transforma o amor em cinético e lírico
Sobrando ao vento que poesia é sonho
E afirmando que amar é prenuncio de solidão
Convicta que entre você e o ti ter, mora o infinito
Vou partir para a ação e me despir de mito
Que o proceder muitas vezes é confundido com a audácia
E sem medo expulsar o intervalo entre hoje e o amanhã que nos distancia
Vou ter coragem para me dirigir a ti, sem linguagem simbólica
Qual filisteu buscando a perfeição
falar de amor sem ardis sem preocupação de ser dócil ou metódica
Rasgando o poético que se prende em mim e me afoga na solidão
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