quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O AVESSO DO AMOR - JOANA DARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA

Vou dedilhar as teclas da minha imaginação
Para te fazer ler esta inconcludente declaração
Deliberadamente pretendo nestes versos tocar um coração
Sem me prender na rima seguindo apenas a intuição

Vou liberar minha sensibilidade estética
Fundamentar a paixão sem razão nem ética
Explorar meu espírito dionisíaco e me perder
Buscando no amor viver e a dor esquecer

Recuso-me ouvir as confidências de um anjo patético
Que transforma o amor em cinético e lírico
Sobrando ao vento que poesia é sonho
E afirmando que amar é prenuncio de solidão

Convicta que entre você e o ti ter, mora o infinito
Vou partir para a ação e me despir de mito
Que o proceder muitas vezes é confundido com a audácia
E sem medo expulsar o intervalo entre hoje e o amanhã que nos distancia

Vou ter coragem para me dirigir a ti, sem linguagem simbólica
Qual filisteu buscando a perfeição
falar de amor sem ardis sem preocupação de ser dócil ou metódica
Rasgando o poético que se prende em mim e me afoga na solidão

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