quarta-feira, 11 de novembro de 2009

DEVANEANDO - JOANA DARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA


Quando criança ouvia meu pai falar
Que um homem se realiza
Quando escreve um livro
Tem um filho e planta uma árvore

Sempre que eu comia uma fruta enterrava as sementes
Andava sempre pelos cantos escrevendo versos
E aos dezesseis anos
Minha namorada falou que estava grávida

Se alguma árvore nasceu
Não sei se cresceu e deu fruto
Pois simplesmente as plantei
Mas nunca as cultivei

Alguns versos até guardei
Esquecidos em uma gaveta forram amarelando
O tempo se encarregou de apagar a tinta
E as lembranças da minha adolescência

O filho nem sei se chegou a existir
Pois quando voltou às férias da escola
Minha namorada não mais voltou
E amargurado me limitei a escrever mais versos

Hoje voltei a minha cidade
E observando as árvores enquanto passeava
Lembre-me saudoso da minha adolescência
Das historias que meu pai contava

Passei em frente à escola onde eu estudei
Meu coração bateu mais forte
Quando me lembrei da minha primeira paixão
E do filho que imaginei um dia ter

E fiquei pensando que é realização para mim
Tornar-me real através do meu trabalho
Converter meu trabalho em dinheiro ou
Ou simplesmente fazer o que gosto para ser feliz?

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