quinta-feira, 29 de outubro de 2009

DESALENTO - JOANA D'ARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA




Hoje amanheci nostálgica e decidida
A jogar fora todos os meus poemas
Ou simplesmente esquecê-los em qualquer lugar
Quem sabe algum poeta os encontrara
E romanticamente irá adotá-los
Vesti-los com doces palavras de amor
Alguns servirão como mensagem
Outros até cartazes
Ou simplesmente quem os encontrar
Vai deixá-los no mesmo lugar
Ou amassá-los e jogar no lixo
Porque os acharão ridículos e incoerentes
Cheios de nostalgia
Simples relato do dia-a-dia
Sem meias verdades nem máscaras
Sem paz, esperança ou geografia
Enfim são simplesmente poemas
E os poemas assemelham-se as luzes artificiais
Usamos ao escurecer
Mas aos primeiros raios de claridade já não satisfaz
Daí inerte, aguardam um novo tempo para clarear
Até que toda sua vida útil se desfaz
E silenciosos, sem lamentação
No tempo esquecido jaz

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