REBOLIÇO NO CORTIÇO
Logo cedo na praia um reboliço
Por causa do sumiço
Do Pedro do cortiço
Ao meio dia ele saiu no braço
E foi aquele estardalhaço
Com o pedreiro Lourenço
Estava alegre, seu time marcou um golaço
Mas de repente viu a Cida naquele amaço
E se sentiu o próprio palhaço
Pedro não era nenhum pinguço
Pescador e bom moço
Mas por causa da Cida vivia no fundo do poço
Já Lourenço era um jagunço
Andava armado com um chuço
Não tinha moral nem endereço
Achava a Cida um mulheraço
Estava a fim de conquista-la a qualquer preço
E pra isso não media esforço
Já a Cida era alegre, pra ela não tinha
cansaço
Gostava de dançar e de um furdunço
E quando andava era só balanço
Era um pouco ingênua e logo caiu no laço
Não resistiu ao atiço
E o que era paz virou estardalhaço
Neste dia um pouco antes do almoço
A coisa já estava meia no avanço
Mas isto foi só o começo
Sem perder a linha nem o embaraço
Pedro falou que ia pescar depois do almoço
E Lourenço logo atacou o espaço
Com raiva mas sem alvoroço
Cida pôs o maior e cheia de balanço
Foi para a praia sem culpa nem embaraço
Pedro ficou só prestando atenção
E Lourenço aproveitando o alvoroço
Saiu com Cida segura pelo braço
Quando Pedro deu por falta do rapaz foi aquele
furdunço
Com ciúme falou que com o Lorenço ia sair no
braço
E se formou aquele zum zum zum no cortiço
Partiu pra praia foi aquele estremeço
Pedro ameaçou se vingar a qualquer preço
E Cida gritou: – Por bobagem não me aborreço
Depois da briga Pedro levou um sumiço
Dizem que a culpa foi do Lourenço
Pois pela manhã Pedro apareceu morto perto do
cortiço
Com todo este alvoroço
Cida fugiu com Lorenço
Sem dizer adeus nem deixar endereço
Autoria de Joana d’Arc
M. A. Mata
Imagens do Google 152 –
SP 30 -08-2014
Joanadarcpoeta.http://blogspot.com
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